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A atividade industrial arariense

  • Por Adenildo Bezerra
  • 17 de mai. de 2020
  • 4 min de leitura

Produção de farinha d'água. FOTO: Google

A atividade industrial, que é a transformação da matéria-prima em produtos industrializados, ou seja, fabricados com o uso de máquinas, representa o segundo setor da economia. A indústria é responsável pelo crescimento econômico de vários países ou regiões. Mas para que a atividade industrial se estabeleça, é necessário uma série de outras ações como infraestrutura, mão de obra qualificada e acesso facilitado às matérias-primas, por exemplo, para que haja capilaridade dos empreendimentos. Como os artefatos são confeccionados em larga escala e em série, seguindo um padrão pré-fabricado pelo industriário, as indústrias se expandiram e se modernizaram a fim de atenderem a demanda da população mundial, que vem crescendo vertiginosamente.


Nem todas as regiões ou cidades conseguem atrair os empreendimentos industriais de grande e médio porte. Desse modo, procuram organizar sua matriz econômico em torno de outras atividades e conseguem apenas desenvolver a micro e a pequena atividade industrial. Esse é o caso de cidades pequenas como Arari.


Desde que começou a surgir como povoação, Arari sempre obteve a pequena e média indústria na sua matriz econômica. Sabe-se de vários experimentos industriais existentes no município: engenhos de cana-de-açúcar, fábrica de beneficiamento e prensagem de algodão são os exemplos mais expressivos acerca da industrialização arariense no século XIX e XX. Existiam muitos engenhos espalhados pelo município. Alguns desses se sobressaíram pela qualidade do açúcar produzido, como é o caso do Engenho Babilônia e do Engenho Santa Margarida. O primeiro localizava-se no povoado Flecheiras e pertencia ao notável Barão de Itapary; o segundo, localizava-se na sede do município e pertencia ao senhor Pedro Saraiva. Outro importante empreendimento industrial estabelecido em Arari foi a Cotonière, empresa de capital francês, que produzia, beneficiava e prensava algodão, que se destinava à exportação. É de bom alvitre salientar que a Cotonière foi o maior empreendimento industrial da história arariense.


Nos tempos mais recentes, se destacavam outras duas atividades ligadas à indústria no torrão arariense: as usinas de beneficiamento de arroz e as olarias. As usinas de beneficiamento de arroz eram comuns e encontrava-se em cada bairro da cidade uma delas. Até em alguns povoados podíamos encontrá-las. Isso porque a cultura do arroz era muito desenvolvida no município, mesmo que de forma de subsistência. A maioria dos agricultores plantavam o arroz e os donos de usinas compravam essa produção para beneficiar e vender no atacado e no varejo. Outra iniciativa grandiosa em relação à produção e beneficiamento do arroz foi a Cooperativa Agrícola Arari-Anajatuba, que possui uma grande usina e beneficiava toda a produção de seus associados. Com a chegada dos grandes projetos de plantio de arroz irrigado e mecanizado, produzido em larga escala e em grandes áreas, a usinas perderam espaço e, aos poucos foram deixando de existir. Atualmente encontramos uma ou outra pequena usina.


As olarias também eram muito presentes na produção industrial de Arari. Em vários povoados existiam olarias, que fabricavam tijolos e telhas. Essa produção era expressiva e havia uma grande concorrência entre os proprietários sobre quem produziam o melhor material. Toda produção das olarias era adquirida pelo mercado interno e exportadas para outros lugares. Os oleiros, trabalhadores das olarias, trabalhavam até doze horas diárias para dar conta das encomendas contratadas. Tinham baixos salários e possuíam pouca ou nenhuma escolaridade. Ainda há algumas olarias em atividade, mas operam de forma precária e sofrem forte concorrência de materiais de fora. Porém, a maioria delas já deixaram de operar.


A indústria arariense, tirando o período áureo da Cotonére, ainda é incipiente e pouco desenvolvida. Em Arari, existem apenas indústrias de transformação - aquela que transforma a matéria-prima em produtos prontos para o consumo. Até o início dos anos dois mil, havia uma mine fábrica de mesocarpo de babaçu. Era um projeto filantrópico, que beneficiava muitas famílias e incentivava o uso da vasta matéria-prima local: o babaçu. Obviamente que também incentivava e valorizava as quebradeiras de coco.

Participam também da nossa indústria as casas de farinha, popularmente chamadas de "casa de forno", que fazem a farinha de mandioca, e são tipicamente rurais. Indústrias de panificação (panificadoras). Fábricas de sorvetes e outros subprodutos derivados do leite e de polpa de frutas. Pequenas fábricas de vassouras, metalúrgicas (serralherias) e vidraçarias de pequeno e médio porte e funilarias.


Tivemos a importante gráfica “Belarmino de Matos, que produzia livros, jornais e outros materiais gráficos. Era, sem dúvida, uma grande iniciativa empreendedora. No ramo gráfico, existem algumas iniciativas atualmente. Há, ainda, movelarias de pequeno e médio porte, estaleiro para fabricação e reparos de pequenas embarcações – esta atividade, outrora, foi amplamente difundida em Arari no tempo da navegação fluvial.


Há tapeçarias para reforma de estofados como sofás, poltronas e colchões. Pequena fábrica de envase e distribuição de querosene, oficinas de confecção e restauração de calçados em couro, além de oficinas de confecção de celas de arreio, espanadores, cestas e outros produtos fabricados, que têm o couro e a palha como matéria-prima. Temos as malharias que são, hoje, uma das atividades que crescem bastante na cidade de Arari, empregam mão de obra local e fomentam a economia local. Só para citar, em Arari há empreendimentos de prensagem da resíduos sólidos, indubitavelmente são de notabilidade sustentável e ambiental. Cita-se a fábrica de empacotamento e distribuição de milho, casas de produção de bolos e pequenos alambiques de produção artesanal da cachaça.

 
 
 

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