A Cottonnière e a produção do algodão em Arari
- Por Adenildo Bezerra
- 25 de ago. de 2020
- 2 min de leitura

O prédio da antiga Cottonnière foi inaugurado em Arari no ano de 1938, situado à praça Major Pestana, por nós, ararienses, conhecida como Praça do Cruzeiro. Pertencia à empresa algodoeira Cottonnière Brésil Ltda, de capital francês, destinava-se à exploração do comércio e da indústria de algodão e outros produtos do país (BATALHA, 2011, p. 302). A filial de Arari foi criada em 21 de agosto de 1936. No prédio à época, armazenavam e prensavam o algodão produzido no Médio Mearim. Após o beneficiamento, a produção era exportada para a Europa e para o Estados Unidos.
De acordo com Batalha (2011):
“Com o advento da Segunda Guerra Mundial, os proprietários da Cotonnière tiveram que retornar aos seus países de origem e, no final da Guerra, seus bens foram confiscados por Charles de Gaulle. Desativada, a empresa foi adquirida pelo grupo Charles Aboud, que, por sua vez, vendeu o prédio de Arari ao Estado do Maranhão, que o transferiu para o Departamento Estadual de Estradas de Rodagem e este ao município de Arari. Readaptado, abriga atualmente o Hospital Municipal de Arari" (BATALHA, 2011, p. 306).

Pela sua história e imponência, a Cottonnière continua presente em nosso meio. Os ararienses sempre demonstram interesse por essa edificação. Indagações como: “A quem pertencia”? “A que se destinava”? “Por que se acabou”? são constantemente feitas pelos nossos conterrâneos. A ideia do Leão Santos Neto, prefeito que mandou readaptar e reformar o prédio, para abrigar o hospital do Município, permitiu manter a Cottonnière viva em nossa memória, isso no meu entender. Contudo, tratou-se de um dos maiores empreendimentos já instalados em Arari. Infelizmente, a Empresa deixou de operar. O algodão, que durante muito tempo fomentou a economia do Maranhão, deixou de ser produzido em escala comercial no Estado, sobretudo nas terras banhadas pelo Rio Mearim. Decerto, a Cottonnière deixou-nos um legado arquitetônico, que quase foi perdido. Mesmo readaptado, dar para percebermos o quanto essa construção era grandiosa.
O algodão foi um dos grandes produtos agrícolas cultivados em terras ararienses. Esse ciclo marcou a vida econômica e social da cidade nos albores e meados no século XX. Segundo nos contam as pessoas mais velhas, que vivenciaram parte desse ciclo algodoeiro, o Mearim, diuturnamente, era singrado por lanchas e batelões carregados com a grande produção. Então, para corroborar o que pesquisamos, consta ainda os resquícios da Cottonnière Brasil LTDA, que se instalou em Arari para explorar o boom econômico da produção do algodão no território arariense. Decerto, um importante ciclo que contribuiu para a consolidação socioeconômica do município de Arari, como evidenciamos.
REFERÊNCIA
BATALHA, João Francisco. Um Passeio Pela História de Arari. 1ª Edição. São Luís: Lithograf, 2011.
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